Esta semana, fui convidado para a premier do documentário sobre Tancredo Neves, evento badalado, estavam á Serra, Alckmin, Aécio, Ronaldo Fenômeno, Barros Munhoz , Roberto Civita e varias autoridades e empresários…
Sem dúvidas “Tancredo – A Travessia” faz ode ao presidente, a seu poder conciliatório, e principalmente faz o que o Brasil precisa, cria os políticos de bem, nos estadistas que de fato temos a figura do herói do povo.
É claro que tais heróis são humanos e por tanto tem seus pecados como todos.
Tancredo por exemplo, é o exemplo da mineirice, raramente é visto à frente, sempre no backstage, talvez seja o maior articulador de terras tupiniquins e isto fez da transição da ditadura brasileira um exemplo mundial que reflete o jeitinho que o brasileiro dá. Não se pode dizer que ele liderou esta transição, este titulo balança entre Ulysses Guimarães, Franco Montoro ou mesmo Teotônio Vilela, mas é fato que não fosse a articulação de Tancredo Neves nada aconteceria.
Sou favorável a termos heróis brasileiros, mas não se pode negar que Tancredo fez sim aliança com Deus e Diabo, vendeu-se ( apesar dos nobres princípios) a torto e a direito. Refletindo a historia, não duvido que ele próprio, ciente que o candidato nas diretas seria outro, tenha articulado a não aprovação das mesmas fazendo dele, enquanto senhor dos salões do parlamento fosse o presidente do Brasil.
Ademais, devo observar que o filme apesar da alta qualidade, já se declara eleitoral quando coloca depoimentos de José Serra que naquele momento era apenas assessor de Montoro e não teve grande participação. Acredito que o fizeram para evitar falatórios, não ficou bem.
O filme fala de um mineiro extremamente amineirado, do bom trato, da conversa boa e da simplicidade, e a produção também é assim: Gal Leônidas e o presidente Sarney deixam de ser as figuras repudiosas que são cotidianamente atacados como inimigos do povo, e se tornam personagens históricos inofensivos e respeitáveis! Neste mérito não entro, de fato tem muito a ensinar, bem ou mal, eles tem muita historia, mas daí a deixá-los agradáveis e bonzinhos, torna patético…
Quero mais é eu continuem fazendo documentários de heróis brasileiros num jeito mineiro que deixa tudo que é daqui belo, nacionalista que ou, quero filme sobre Teotônio, FHC e Assis Chateaubriand…
Só não podia deixar de falar, que o Júlio Semeghini que se sentou a meu lado, pareceu também não estar gostando das gargalhadas da Fafá de Belém, que em dado momento inventou de rir e comer pipoca ao mesmo tempo….